1. Assembleia Social Inaciana 2017

17626540_1652378928390705_7406164413912676509_n

Na Assembleia Social Inaciana 2017 (AS) vivi inesquecíveis momentos de verdadeira riqueza humana e enriquecimento pessoal. O encontro decorreu na Casa de Retiros do Seminário de Almada, espaço de ímpar beleza que nos incita a contemplar a sua esplendorosa e desafogada vista sobre o rio Tejo e o centro da cidade de Lisboa. Paradoxalmente, a temática desta AS desafiou-nos a olhar a realidade das ‘periferias’ aos níveis social e ecológico. A fé em Jesus Cristo quebra este paradoxo entre espaço e temática que somos tentados a estabelecer imponderamente num primeiro instante. De facto, os ‘periféricos’ estão no centro – para Deus, da Sua misericórdia. Deste modo, a dinâmica do encontro impeliu-nos igualmente a olhar para o centro, o verdadeiro centro do mundo: a miséria humana.

Num genuíno espírito de partilha conheci algumas das obras e movimentos do Setor Social Inaciano e vários colaboradores, voluntários e jesuítas que lhe dão corpo. Os colóquios e os momentos de oração e convívio possibilitaram o debate e reflexão sobre os desafios a que o Papa Francisco chama frequentemente a atenção de todo o mundo: “experimentar a misericórdia de Deus” – “fazer-se próximo dos irmãos […] numa ação concreta e dinâmica […] que transforma e muda a vida”. A dimensão formativa e espiritual da AS 2017 despertou-me para a necessidade de viver procurando incessantemente a descentralização pessoal para ser coautora no trabalho comum que nos une para transformação da miséria social deste mundo desigual. Destaco a celebração da eucaristia e o jantar multicultural com que terminou o primeiro dia do encontro para “construir corpo”, crescer no conhecimento mútuo e sentir a riqueza da diversidade no mundo.

Conscientes do longo caminho a edificar, a AS 2017 terminou com a apresentação do Plano Estratégico do Setor Social 2017-19: os eixos que guiarão a atuação das obras e movimentos do Setor Social Inaciano durante os próximos três anos para colaborar na missão de “sair para fora” e atender às realidades que não têm voz nem visibilidade. Deste modo, fomos concretamente impulsionados para o futuro e os seus desafios.

O sentimento de gratidão foi especialmente manifestado ao longo dos dois dias da AS. Sinto-me profundamente grata por ter participado na AS 2017, pela oportunidade de crescer num verdadeiro espírito de partilha, comunhão e unidade de corpo.

Isabel Carvalho|Voluntária

 

2. Visita ao Museu de Farmácia do Centro Hospitalar do Porto

 No dia 30 de Março foi realizada uma visita ao Museu da Farmácia domuseu Centro Hospitalar do Porto.

Além de termos ficado a conhecer um pouco da história do museu e os utensílios que se usavam em outras épocas, visitámos ainda vários espaços da farmácia e o salão nobre.

Foi uma visita muito rica em história. Gostei muito principalmente da história do hospital. Interesso-me muito pela área da saúde. Não sabia o que era a expressão “Goelas de Pau”. Surpreendeu-me descobrir que a capela exterior do Hospital tem o mesmo santo da capela da minha freguesia, o Senhor dos Aflitos.

Suscitou-me muita curiosidade a forma como se faziam os remédios antigamente: – “que trabalheira, mas muita inteligência”. Mas o que suscitou mais curiosidade a todo o grupo, foi o pote de vidro “mistério” que ninguém sabe o que contém. O filme final foi um bom complemento à visita guiada.

Vale a pena este tipo de visitas para conhecermos o que existe na cidade e é uma forma de integração na cultura e história portuguesas.

 Ester Dominga|Utente

3. Festa da Páscoa

Publication1

Cheguei ao Centro de São Cirilo, como voluntária, há cerca de um mês, para dar aulas de português. Está a ser uma experiência muito rica, sobretudo pelas relações humanas que se têm tecido.

A Festa da Páscoa no dia 5 de Abril, foi o primeiro momento de convívio do Centro em que participei e senti-a como uma festa de família. Sim, senti que o Centro São Cirilo é, antes de tudo, e acima de tudo, a casa de uma família. Uma família com muitas cores, muitas línguas, muitas crenças, muitos costumes, mas uma mesma Família, enriquecida por toda esta diversidade.

A tarde começou com a declamação de um poema sobre a Liberdade, por uma aluna indiana, como que a lembrar a vocação do Centro, como espaço que promove a autonomia, a individualidade, a espontaneidade de cada um.

Seguiu-se a entrega dos diplomas aos alunos, pela mão dos seus professores. Tocou-me a cumplicidade evidente, a amizade entre uns e outros, como ficou registado nas fotografias de grupo. Os diplomas, esses, como explicou o Padre Filipe, atestam, não o desempenho dos alunos, mas a participação, o esforço de cada um – o que, de facto, é o mais importante. São, pois, certificados de grande valor. Ocorreu-me que se, nas nossas escolas, se fizesse um pouco isto, reconhecer o esforço, a importância do processo de aprendizagem de cada um, talvez fosse uma escola mais feliz, com alunos mais motivados porque melhor compreendidos enquanto pessoas únicas.

O convívio continuou com um lanche partilhado, animado pelo burburinho com acordes de muitas notas que encheram a sala de alegria.

Por fim, a Missa, celebrada pelo Padre Filipe que, sempre com notas de bom humor, dirigindo-se a cada um pelo nome – esta é uma família que conhece bem -, convocando cada nacionalidade, cada religião, cada língua, a participar na celebração, propondo o abraço da Paz entre pessoas de religiões diferentes (cristãos, muçulmanos, sikh), tornou ainda mais presente o espírito de família. Aprendi que, aqui, ao rezar a oração do Pai Nosso, o Pai é tratado por tu, e assim parece ficar ainda mais próximo.

O desenho de uma árvore, afixado na parede, ao qual se foram juntando legendas alusivas às diferentes partes da planta, desafiava cada um, nesta Quaresma, a renovar-se naquele aspeto de si que achasse mais necessitar. Apelo a que cada pessoa respondeu colocando, junto à árvore, um pequeno papel com a sua proposta.

A árvore, nas suas múltiplas alianças (com a terra, o sol, a água, o oxigénio…), explicou o Padre Filipe, representa também a cruz, as cruzes de cada um. Porque a Cruz “simboliza a entrega”, que “exige esforço”, “tem um custo”, mas que “conduz à verdadeira felicidade”. Assim, no final da celebração, cada um foi incitado a levantar-se e a pronunciar em voz alta “Sou feliz!”, “I’m happy!”. Da minha parte, posso dizer que, agora, sou ainda mais feliz por fazer parte desta grande família.

Manuela Pestana|Voluntária