Editorial

Celebrou-se neste passado mês de Novembro o primeiro ‘Dia MundialAfricaPopeCentralAfricanRepublicA1 dos Pobres’, iniciativa do Papa Francisco. No seguimento de anteriores Papas, também o Papa Francisco tem chamado a atenção para o grande número de pessoas do nosso mundo que passam necessidades, não dispondo de condições mínimas para viver com dignidade (e não dispondo de meios que lhes permitam sair dessa situação).

Isto é algo que se torna cada vez mais difícil de compreender, à medida que a globalização do nosso mundo se vai aprofundando. De facto, em questão de minutos os media de hoje trazem-nos informação de acontecimentos dos quatro cantos do planeta. Nunca, como hoje, foi tão fácil ultrapassar as distâncias que separam os seres humanos – pelo menos naquilo que às telecomunicações e aos meios de transporte diz respeito. E no entanto, apesar disso, o Papa refere “a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, de poder identificar claramente a pobreza”. Longe da vista, longe do coração diz o nosso povo. Mas nós “vemos, ouvimos e lemos” e por isso, como diz Sophia de Melo Breyner, “não podemos ignorar”.

De um modo ou de outro, os desequilíbrios vários que as desigualdades e injustiças do nosso mundo geram acabam, cedo ou tarde, por afetar a todos (mesmo que alguns, sem dúvida, sofram as suas consequências mais cedo).

Quando procuramos contribuir para uma sociedade mais justa e mais equilibrada, estaremos então a ajudar não só os outros, mas também a nós próprios. E a nossa vida ganha assim novo sentido.

Ainda que em pequena escala, o Centro São Cirilo procura dar resposta a pelo menos algumas das situações de necessidade, buscando caminhos de retorno aos equilíbrios sonhados pelo nosso Criador. A colaboração e ajuda de todos é sempre muito bem-vinda.

Luís Ferreira do Amaral s.j.