1. Retorno Voluntário: Programa da OIM (Organização Internacional para as Migrações)

OIMAo pensar  em vir para Portugal tinha como expectativa fazer um mestrado, e também conhecer na prática o que se estudava nos livros e principalmente conhecer a  “língua mãe”. Mas os ares europeus fizeram-me tão bem que pude receber mais uma vez a dádiva de ser mãe, porém em contrapartida a experiência de passar esses dois anos e meio aqui, tiveram seus prós e seus contras, tal como sucede com grande dos imigrantes.

A situação em que me encontrava fez-me pensar em retornar ao Brasil e por isso, pedi ajuda ao Centro São Cirilo para a candidatura ao programa de retorno.

Resultado da parceria com a OIM, o Gabinete de Emprego do Centro São Cirilo proporciona assistência na candidatura e em todo o processo do Programa ARVoRe VI – Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração da OIM (http://www.retornovoluntario.pt/index.php). O objetivo deste programa é apoiar imigrantes que estão em situação vulnerável em Portugal, que querem regressar voluntariamente aos seus países de origem, mas não têm dinheiro para pagar a viagem de regresso. A candidatura obedece a critérios, podendo ser aceite ou não. O Programa é co-financiado pelo Fundo Asilo Migração e Integração (FAMI) e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Os imigrantes, ao beneficiarem do Programa, ficam sujeitos a, pelo menos, 2 restrições: interdição de entrada em Portugal por um período de 3 anos; e se estiver em situação regular em Portugal, terão de entregar o título de residência no posto do SEF do aeroporto, perdendo o direito de residência.

Mas a ajuda do Centro São Cirilo não se limitou à candidatura de retorno. Foi de suma importância para minha vida, uma vez que tive toda a assistência da equipa e também pude conviver com pessoas de várias culturas, religiões, entre outros, respeitando cada um e a sua maneira de ser. Esta interação foi fundamental para me tornar  uma pessoa melhor, mais diplomática e acima de tudo mais humana.

Para o meu filho, Emanuel, foi um ambiente familiar muito importante, neste momento, por estarmos longe da nossa família e, claro, pela atenção que todos no Centro lhe proporcionam. Tenho a certeza que está a marcar positivamente a infância do Emanuel.

Por isso, agradeço ao Centro toda a ajuda e apoio!

Joseane Cordovil| Utente do Brasil

  1. Atividade Livre de Verão: Percursos com História no Porto – Visita ao Museu Nacional Soares dos Reis

No dia 24 de Julho visitámos o Museu Nacional Soares dos Reis34416 (http://www.museusoaresdosreis.gov.pt/).

Fizemos um percurso guiado pela história do museu, arquitectura, mobiliário e joalharia. Depois visitámos as salas de pintura e escultura. A guia que nos acompanhou destacou alguns pormenores do trabalho dos artistas, cenas da vida diária dos portugueses e a presença portuguesa, sobretudo no oriente. Uma das peças que me chamou a atenção foi um trabalho de joalharia, destinado às senhoras, com 1600 pedras preciosas que vieram do Brasil.

A visita acabou com um passeio no jardim exterior do museu.

Como já fiz visitas a museus, gostei de visitar também este. A arte fascina-me, porque trabalho com arte. Gosto de pintar paisagens e abstracto. Ao olhar para a exposição de pintura, fiquei com vontade de expor neste museu os meus quadros. Porque não?

É muito benéfico para os utentes participar neste tipo de atividade. Traz tranquilidade, é bom para interagir em grupo. Pela possibilidade de conhecer a cidade e espaços culturais, gostava de conhecer mais museus. Assim, proponho mais atividades deste género.

Mirian da Silva| Utente do Brasil

  1. Desafios de pertencer à Direção do Centro Comunitário São Cirilo

PrintO Padre Luís Ferreira do Amaral s.j., apanhou-me de surpresa quando me desafiou para pertencer à direcção do Centro S. Cirilo.

Nos dias em que estive a pensar e a rezar se este desafio faria sentido, foi passando, na minha memória, o filme da minha relação com São Cirilo. A primeira reunião, talvez em 2004, com o Padre António Vaz Pinto s.j.; ainda perante um esboço da planta do Centro; a inauguração do Centro; o meu primeiro dia de voluntariado em 2010; o Paulo, o primeiro ex-recluso a ser acolhido em S. Cirilo; o Óscar e a Senhora de Cor-de-rosa; a peça de teatro representada pela Lídia Franco e apresentada na FEUP, para angariarmos fundos para o Centro; a primeira reportagem da RTP sobre o Centro; as idas aos Pingos Doce com a ajuda do Adelson etc, etc.

Tudo isto e a certeza de que “cada um dá o que tem e Deus completa o que falta”, ajudou-me a concluir que faz sentido voltar a estar ao serviço das pessoas que aqui são apoiadas, faz sentido ajudar a que o Centro São Cirilo continue a ser a família de quem não tem família e a casa de quem não tem casa, faz sentido ajudar a que estas pessoas se tornem independentes e encontrem o seu caminho de felicidade e, por fim, faz sentido fazer parte de uma equipa que trabalha para que tudo isto aconteça…

Eng. Cláudia Assis | Membro da Direção