Janeiro

Editorial

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Quanto mais globalizado se torna o nosso mundo, tanto mais relevante se parece tornar a questão da “interculturalidade”. Quanto mais seres humanos de diferentes regiões e proveniências entram em contacto uns com os outros, tanto mais importante se torna saber respeitar e valorizar cada cultura humana (incluindo, certamente, também a nossa). E tanto mais importante se torna aprendermos a construir pontes entre as diferentes culturas.

Nesse sentido, a questão dos migrantes e dos refugiados é um tema bem atual. Foi esse, precisamente, o tema escolhido pelo Papa Francisco para a sua mensagem do dia mundial da paz deste ano (1 de Janeiro). O Papa chama a atenção para o facto de existirem existem atualmente no mundo nada menos do que 250 milhões de migrantes (dos quais 22 milhões e meio são refugiados).

Propõe então o Papa que, no decurso deste ano, possam ser definidos e aprovados, por parte das Nações Unidas, dois pactos globais: um pacto para os refugiados e um outro pacto distinto para as migrações (que se querem seguras, ordenadas e regulares). E é proposta uma estratégia que combine ações que são descritas por quatro verbos: “acolher”, “proteger”, “promover” e “integrar. São verbos que vale a pena termos presente. Na verdade, é em torno de linhas orientadoras como essas que o Centro São Cirilo, na sua pequena escala, procura desenvolver a sua atividade.

Luís Ferreira do Amaral s.j.

Breves do Centro

MOP: Movimento de Opinião Partilhada

O MOP (Momento de Opinião Partilhada) foi pensado com o objetivo de criar um espaço informal de partilha aberta e livre entre os utentes internos e de refeição. É um espaço/tempo onde os utentes têm a oportunidade de expor os seus pontos de vista sobre o funcionamento do Centro (nomeadamente, aspectos positivos e áreas a melhorar).

Estes momentos permitem criar vínculos e laços de união entre os vários elementos do grupo, fomentado o desenvolvimento de competências, tais como, a capacidade de escuta ativa, a gestão interna de conflitos e a tolerância à frustração. Paralelamente, reforçam e consolidam o sentimento de pertença ao grupo.

Os principais desafios que se colocam aos utentes passam por aprenderem a saber lidar com as diferenças de opinião in loco, bem como a poderem integrar-se em grupos heterogéneos e variáveis, de modo a que a sua evolução e desenvolvimento aconteçam de forma mais fácil e mais célere.

O MOP está dividido em duas partes. A primeira destina-se à apresentação dos aspectos positivos e áreas a melhorar, na segunda por sua vez, debate-se um tema proposto pelos utentes. Kussanguluka Kassambi, que esteve presente no MOP de Janeiro, diz que “(…)as reuniões do MOP são muito importantes porque são as nossas vozes que se fazem ouvir num meio onde cada um de nós já encontrou as regras. É um espaço tão perfeito para fazer algo tão certo.”

Rita Santos |Gabinete de Psicologia

Formação de Interculturalidade

As formações que o Centro São Cirilo me proporciona têm sido muito ricas para mim em informações, conhecimento e relacionamento humano. Têm-me ajudado a trabalhar e engrandecer a minha personalidade, dado muita força no meu dia-a-dia, persistência e coragem quando a minha situação laboral e de saúde me é desfavorável e quando emocionalmente estou mais debilitada.

A formação de Interculturalidade, mais do que qualquer outra, me sensibilizou pelo tema em si mesmo. Eu sempre senti ser um exercício diário que todos nós, em qualquer parte do mundo, precisamos de fazer se quisermos criar mais harmonia, paz e justiça para a Humanidade e toda a vida que existe à nossa volta.

As formadoras conseguiram criar um ambiente dinâmico de interação, integração, partilha e reflexão.

Natália Caldas | Utente de Cabaz

Atividade de Inscrição: Português para Falantes

As aulas de Português para Falantes, tal como o próprio nome indica, foram criadas para pessoas que já falam ou que percebem o português, mas que querem melhorar a sua escrita ou leitura e ter um maior vocabulário, para conseguirem falar mais facilmente. Nas aulas, os alunos têm a oportunidade de fazer várias atividades onde podem ler diferentes textos, aprender novas palavras e as muitas maneiras de pronunciar e de escrever. Além disso, podem discutir e conversar com outros colegas que também estão lá para aprender melhor a língua portuguesa.

Nestas aulas podem coexistir diferentes níveis de português e maneiras de aprender, fruto da diversidade caraterística destes alunos, diferentes culturas, línguas, países e percursos de aprendizagem. Isso faz com que ensinar seja ainda mais desafiante, mesmo que às vezes seja preciso mais preparação para as aulas. É preciso escolher exercícios que sejam adequados a todos e dar, por vezes, tarefas diferentes a cada aluno, de acordo com o nível em que cada um está. Por isso, é também importante conhecer os alunos para perceber bem o que eles sabem e como aprendem melhor.

Como é a primeira vez que dou aulas tudo é novidade. E ainda estou a aprender! É uma experiência muito boa e vale imenso a pena, especialmente quando vejo que os alunos conseguem fazer algo que antes não conseguiam ou percebem algo que antes não entendiam. Acima de tudo, é uma oportunidade de conhecer pessoas que nasceram ou viveram em outros países e que vêm de outras culturas, ou mesmo aquelas que sempre moraram em Portugal e descobrir outras maneiras de pensar e de viver.

Leonor Sabido| Voluntária de Português

Vídeo do Mês

Uma palavra para definir o Centro.

“Sem dúvida CASA.” – Sara Gonçalves

“Vou escolher uma palavra que começa pela mesma letra que a tua, só que é CAPACITAÇÃO.” – Sofia Martins

Atenção às margens

No próximo mês acontece…

01.Fev – Início do Estágio em contexto de trabalho (Formandas do Projeto Bê-á-Bá)
07.Fev – Formação Matemática para a Vida- 1º módulo (Utentes)
05 e 15.Fev – Formação (Equipa)
08.Fev – Festa de São Cirilo (Utentes, Voluntários, Equipa, Amigos e Parceiros)
21.Fev – Formação Matemática para a Vida- 2º módulo (Utentes)
28.Fev – Sessão de Entrega de Certificados do 2º Ciclo do Bê-á-Bá Doméstico

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