Dia de São Cirilo – sair, partilhar, construir

Quadro do símbolo do CCSCÉ a 14 de Fevereiro que se celebra São Cirilo, o santo que dá nome ao nosso Centro. São Cirilo viveu no séc. IX, e foi, juntamente com o seu irmão Metódio, um incansável evangelizador e cuidador dos povos de Leste. Sempre disponível para “sair” da sua Grécia natal em direção ao oriente, fez três grandes viagens (à árabe Samarra, ao Império Cazar e à grande Morávia, atualmente partes da Rússia e da Rep. Checa). O seu primeiro cuidado era sempre aprender as línguas locais, de forma a poder “partilhar” fé e vida com as gentes do lugar. E de tal forma quis “construir” e enraízar essa partilha, que inventou um alfabeto (o cirílico, que os povos eslavos ainda hoje usam) que fixasse por escrito, para o tornar permanente, seja as Escrituras seja os frutos desses encontros.

São de certa forma estes três verbos – sair, partilhar, construir – que estão na essência do projeto São Cirilo. E também por isso quisemos fazer no Dia de São Cirilo o lançamento do Plano Estratégico 2017-19 (de cujo início aqui se falou, e cuja versão final pode ser encontrada aqui), para o colocar debaixo da inspiração e da força deste santo. Foi muito bonito este lançamento (o Vídeo do Mês retrata-o muito bem!), e envolveu muitas das pessoas – utentes, equipa, voluntários, direção e curadores, outros amigos – que participaram na definição do Plano e que fazem parte da casa. “Sair” nem sempre é gesto espontâneo, o mais tentador é sempre ficarmos pelo conhecido e pelo cómodo, em vez de tentarmos estender a mão àqueles que que têm vidas mais difíceis ou que são diferentes (“estrangeiros”, ou seja, “estranhos” ao que nos é familiar). “Partilhar” é passar do contacto pontual ao caminho constante feito lado-a-lado, decisão que pede compromisso e empenho. E “construir” (ou “capacitar”, palavra que tantas vezes usamos para descrever o trabalho do Centro) é dar não só “presentes” mas “futuros”, sustentar não só as necessidades presentes do outro, mas ajudar a desenvolver capacidades próprias que o sustentam no seu próprio caminho futuro. Que os três próximos anos do Centro, e das nossas vidas, continuem a ser marcados por estes verbos “sair”, “partilhar” e “construir”. Não serão talvez dos mais fáceis de pôr em prática. Mas são, seguramente, dos mais felizes.

P. Filipe sj