Novembro

Editorial

Editorial

Celebrou-se neste passado mês de Novembro o primeiro ‘Dia Mundial dos Pobres’, iniciativa do Papa Francisco. No seguimento de anteriores Papas, também o Papa Francisco tem chamado a atenção para o grande número de pessoas do nosso mundo que passam necessidades, não dispondo de condições mínimas para viver com dignidade (e não dispondo de meios que lhes permitam sair dessa situação).

Isto é algo que se torna cada vez mais difícil de compreender, à medida que a globalização do nosso mundo se vai aprofundando. De facto, em questão de minutos os media de hoje trazem-nos informação de acontecimentos dos quatro cantos do planeta. Nunca, como hoje, foi tão fácil

ultrapassar as distâncias que separam os seres humanos – pelo menos naquilo que às telecomunicações e aos meios de transporte diz respeito. E no entanto, apesar disso, o Papa refere “a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, de poder identificar claramente a pobreza”. Longe da vista, longe do coração diz o nosso povo. Mas nós “vemos, ouvimos e lemos” e por isso, como diz Sophia de Melo Breyner, “não podemos ignorar”.

De um modo ou de outro, os desequilíbrios vários que as desigualdades e injustiças do nosso mundo geram acabam, cedo ou tarde, por afetar a todos (mesmo que alguns, sem dúvida, sofram as suas consequências mais cedo).

Quando procuramos contribuir para uma sociedade mais justa e mais equilibrada, estaremos então a ajudar não só os outros, mas também a nós próprios. E a nossa vida ganha assim novo sentido.

Ainda que em pequena escala, o Centro São Cirilo procura dar resposta a pelo menos algumas das situações de necessidade, buscando caminhos de retorno aos equilíbrios sonhados pelo nosso Criador. A colaboração e ajuda de todos é sempre muito bem-vinda.

Luís Ferreira do Amaral s.j. | Presidente da Direção

Breves do Centro

Atividade de Inscrição – Música

Cheguei ao Centro de São Cirilo em 2013 por mão de pessoa amiga que aí trabalhava na altura. Dois anos antes tinha entrado em reforma o que foi um choque pesado e encontrava-me bastante desanimada. Trabalhara 35 anos no Conservatório de Música e um grande vazio instalou-se na minha vida. Quando muito se amou aquilo que se fez fica-se desorientado interiormente. Foi pois num momento desses que cheguei a São Cirilo. E foi amor á 1ª vista.

Depois foi preciso repensar que tipo de aula ministrar, conseguir um piano, indispensável para a realização da aula, etc. Tudo isso foi sendo conseguido. Entrei então numa fase da minha vida em que continuei a “mexer” na música, mas sobretudo constatar que a riqueza do voluntariado está mais no receber do que no dar. Acho que o voluntariado é um apelo a todos, seja qual for “a hora da vida” em que nos encontremos. Faço uma avaliação pela positiva destas aulas, embora só o tempo o possa dizer.

 

Se me perguntarem o que fazemos na aula, direi que é um momento muito versátil, além de cantar, trabalhar ritmo, um pouco de teoria, abordagem ao piano etc. Depois  há dias em que é só conversa; um trocar de experiencias de vida, onde muita coisa vem ao de cima, o que faz muito bem aos dois “lados”. Ninguém olha o relógio. É nesse momento que digo interiormente: hoje foram “outras músicas”.

Maria de Lourdes Alves| Voluntária

Voluntariado de Pingo Doce

Apesar de conhecer a intervenção social e a resposta social desenvolvida no Centro São Cirilo, não conhecia de todo, o envolvimento e a capacidade/dinâmica da Instituição. Foi na noite do CREU em 2015, no arranque das actividades que percebi melhor o trabalho do voluntariado do Centro e logo nesse momento, sem hesitação aderi à missão do mesmo.

Integrei a equipa de recolha de donativos/alimentos do Pingo Doce, atividade esta, importante para abastecer, equilibrar e apoiar o Centro e os indivíduos/ famílias apoiadas por esta resposta social.
Este contributo tem sido um enriquecimento pessoal. Pela boa energia  e alegria que paira no Centro, pela aprendizagem, pelas pessoas e por aquilo que tenho recebido. É realmente muito bom pertencer a este projecto.

É bom! Apareçam e juntos podemos  fazer a diferença para continuar este caminho.

Jorge Vidal | Voluntário de Pingo Doce

Projeto Bê- á – Bá Doméstico

No início de Novembro o Projeto Bê-á-bá Doméstico (Prémio BPI Solidário 2016) arrancou com um novo Grupo de Formandas. Constituído por mulheres imigrantes, destacam-se diferentes sotaques e regionalismos da lusofonia (grupo maioritariamente composto por pessoas de Angola, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique) aos quais se juntam também a pronúncia “hermana” da Venezuela e de outra latitude ainda mais distante, oriunda da Índia.

O percurso formativo na área do serviço doméstico (cozinha, limpeza, lavandaria, etc) desenvolve-se ao longo de 4 meses, incluindo a formação em sala e o estágio em contexto de trabalho. Após esse período proceder-se-á à integração laboral através da dinamização da Bolsa de Emprego. Para promover também o sucesso deste novo Grupo de Formandas contamos ampliar e reforçar as parcerias já estabelecidas.

Às novas competências adquiridas durante a Formação passaremos a associar nos próximos meses a identidade própria de cada formanda, toda a sua experiência, as suas vivências pessoais e profissionais. A todas elas demos as boas-vindas e apresentámos o Centro para que conhecessem e se sentissem bem acolhidas nesta “Casa”. Casa que tanto transforma todos os que aqui trabalham e convivem diariamente.

Desejamos que esta nova presença vigorizada das formandas corresponda a um testemunho bem sonoro de alegria, que tanto as motiva e as encoraja a escrever um novo capítulo muito positivo da sua vida.

Continuamos a contar com o vosso apoio e divulgação. Para informações contactar beabadomestico@saocirilo.pt

Concha Tello| Gestora do Projeto Bê-á-bá Doméstico

Vídeo do Mês

” Tenho saudades da minha família porque já perdi alguns familiares que eu deixei lá. Eu pensava que depois de realizar os meus sonhos iria voltar e dar um abraço a elas… a minha mãe e a minha irmã já faleceram…”

Queen Idehen da Nigéria

Atenção às Margens

No próximo trimestre acontece...

06.Dez – Formação RSI (Utentes)

13.Dez – Lanche de Atividades (utentes, voluntários e equipa)

15,16 e 17.Dez – Venda de Natal (aberta a todos)

Dez – Almoço de natal (data a designar)

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