O olhar certo sobre a cruz
Já não falta muito para celebrarmos a Páscoa. Como final deste caminho de Quaresma, tempo de preparação que começou logo após o Carnaval, todo o mundo cristão relembrará a morte de Jesus na cruz. É habitual neste tempo as procissões e as vias-sacras, e até a reposição de filmes sobre o tema. A cruz é, de facto, o grande símbolo da fé cristã, que a pouco e pouco se foi sobrepondo a outros símbolos (o peixe, o cordeiro) inicialmente também usados. Ao falarmos da cruz, tantas vezes lhe associamos sofrimento, dor, o peso de algo que custa, às vezes muito. E ainda por cima sem se perceber a sua razão e/ou o seu sentido. E por isso é expressão popular o “ter que levar as suas cruzes”, com resignação e sem grandes perguntas.
Mas este olhar sobre a cruz não podia estar mais longe da verdade. A cruz não é um fim em si mesmo, nem tem qualquer sentido por si própria. A vida de Jesus (assim como alguns outros exemplos na história da humanidade) foi sempre e em cada momento um caminho de entrega. Quando era fácil e quando era difícil, quando foram evidentes os resultados e quando eles tardaram em aparecer (ou não apareceram de todo), quando apetecia e quando não apetecia nada. Uma vida de fidelidade e entrega. Por isso a cruz simboliza não o que “custa”, mas a entrega, que tem sempre algum “custo” associado. “No pain, no gain” (“sem dor não há ganho”), já diz o ditado inglês. E sabe-o quem se dedica a qualquer “projeto” na vida, seja ele um curso, um emprego, um casamento ou a paternidade.
Acaba por ter graça ler o trabalho do Centro como um (re)ensinar a viver bem a cruz, a todos aqueles que vêm até nós. Há quem chegue desanimado, “derrotado” por uma vida cheia de dificuldades. Há quem venha iludido, pensando que pode haver crescimento e ganho sem “cruz” (isto é, sem esforço). Há quem venha desamparado, sem ninguém ao lado com quem partilhar o seu caminho. Aqui, reaprende-se a olhar para as cruzes da vida, sabendo que elas fazem parte mas que não são o todo. Reaprende-se a “batalhar”, já que nada se constrói sem esforço. E reaprende-se a confiança, a sabedoria de que a cruz não é o final do caminho. O fim é mesmo a luz do Domingo de Páscoa, a alegria após a entrega (ou melhor, durante todo o caminho de entrega!), e a (auto)confiança reconquistada. Seja bom final de Quaresma para cada uma e um, e que o olhar certo sobre a entrega/sobre a cruz vá crescendo em todos até à Páscoa!
Luís Ferreira do Amaral s.j. | Presidente da Direção
Foi-me proporcionado fazer um retiro espiritual dando continuidade à introdução inaciana que tinha feito em 2016. Esta já tinha mexido comigo pois compreendi nessa altura o sentido, significado e visão da missão neste mundo.
Este retiro fez- me ver que tudo o que aconteceu de bom na minha vida não foi sorte…e as reparações do mau que até agora consegui fazer, foi porque Deus estava ao meu lado e sabe do que preciso.
Estou-lhe grato por não me ter abandonado, mesmo andando eu desencontrado, isto fez- me sentir-me desiludido e arrependido. Mas com discernimento, irei com simplicidade, humildade e responsabilidade trabalhar as fragilidades.
O que digo na última frase é o que nós todos aplicamos neste Centro, o Centro São Cirilo, agimos em prol do bem-estar de quem precisa e que está abandonado sem rumo de vida.
Aníbal Nogueira| Ajudante de Lar
Uma casa que me acolheu de braços abertos e onde eu me encontrei.
Me encontrei na partilha, no amor ao próximo, no dar-me aos outros, no pensar no outro antes de pensar em mim mesmo.
Com o Sr. Manuel Évora preparo cabazes, duas vezes por semana, para entregar a quem deles precisa.
Apercebo-me de uma realidade bem diferente da minha. Com mais dificuldades e com mais espinhos no caminho.
Mas, sinto-me feliz, por saber que, pelo menos duas vezes por semana, suavizo o caminho de quem vem aqui, e de quem encontro nesta casa.
Marta Pedra| Voluntária
No dia 1 de Março, doze utentes do CATL (Centro de Atividades de Tempos Livres) da Socialis na Maia vieram visitar o Centro. A visita enquadrou-se no conjunto de atividades planificadas para a promoção da interculturalidade e valorização da diversidade junto dos públicos mais jovens, no concelho da Maia.
Foi enriquecedor para as duas organizações. Os jovens conheceram novas e diferentes experiências de vida e para nós utentes, consideramos que este contato deixa-nos mais próximos da comunidade e também nos enriquece.
Apesar das diferenças de idade (entre os 10 e os 15 anos), os jovens estiveram muito atentos, colocaram perguntas muito pertinentes. Mostraram-se muito interessados em perceber o funcionamento do Centro, os desafios diários, a lógica das regras e da existência de um projeto de vida.
Achamos que estas visitas são uma boa forma de dar a conhecer o Centro, pela informalidade e ambiente divertido.
José Carlos, Ernesto Marrafeiro e Josefa Sabino |Utentes do Centro
Almoço Temático de Cabo Verde
“Gosto muito de cozinhar cachupa, gosto das cores e dos sabores, mas o que mais me fica é o cheiro deste prato.”
Carlos Daniel
01.Abr – Assembleia Social Inaciana, em Almada (Equipa e Voluntários)
05.Abr – Festa da Páscoa (Equipa, Voluntários e Utentes)
21. Abr – Atividade “A Casa Vai a Casa” na Casa do Infante (Utentes)